NOVIDADES SOBRE O MATTHEW

Este blog tem como objectivo partilhar o conhecimento que fui adquirindo ao longo de toda esta caminhada com o Matthew. Seja esse um conhecimento prático, relacionado com alimentação e estilo de vida, ou um conhecimento espiritual da nossa vida como família cristã a enfrentar este desafio.

 

Hoje venho trazer notícias sobre o Matthew e o seu estado de saúde. O Matthew fez uma nova Ressonância Magnética depois de ter feito uma pequena cirurgia de emergência no dia 08 de Agosto. As palavras da médica depois de ver a R.M. foram: " a R.M. Não está má!!! Está péssima. "

Acabamos por não ver as imagens devido a todo o rebuliço.

O Matthew tem novamente metáteses na coluna e os tumores no cérebro estão maiores novamente, o que já lhe afeta algumas funções. Ele de momento perdeu o equilíbrio e precisa de ajuda para se deslocar e já se queixa também com dores nas costas. De momento já está a tomar morfina para as dores, visto que ontem já nem conseguiu dormir.

A Dra. estava a ver se existe mais alguma coisa que se possa fazer pois o Matthew tem surpreendido toda a gente, de qualquer modo penso que não irá avançar com mais nada visto que não falou em nada hoje na consulta. Vai continuar com uma quimio para tentar controlar o crescimento dos tumores.

 

Eu hoje quero falar um pouco sobre todo este agravamento, sobre os tratamentos que fazemos em casa e sobre o facto desta situação parecer não ter retorno. Já não é a primeira vez que o estado clínico do Matthew fica tão mal. Está é a pior de todas claro. Acredito que muitos se perguntem, e de que adiantou fazer tantas coisas? De que vale mudar a alimentação e as práticas em casa se os resultados não aparecem? 

 

Em nenhuma das vezes desistimos de continuar a fazer tratamentos alternativos e de ter os cuidados que temos tido e eu explico porquê. Eu não desisto pois eu quero fazer a minha parte. Não vou parar de fazer a minha parte. De qualquer modo o Matthew viver ou morrer não é algo que está no meu controlo. Está sim no controlo de Deus e Ele é quem dá a palavra final. Eu apenas sou diligente em fazer a minha parte e tudo vale a pena, pois ao fazer a minha parte estou a cumprir com o propósito de Deus para a minha vida e para a vida do nosso filho. 

O Matthew é um Dom de Deus e por isso eu o estimo e cuido como se fosse meu, mas a sua vida não me pertence.

 

Alguns pode até entender nas minhas palavras um certo conformismo ou derrota.

Muito pelo contrário meus caros. Apesar de tudo isto. Apesar das notícias desanimadoras. Apesar dos factos incontornáveis, eu creio que o Matthew vai ser curado em nome de Jesus Cristo. Eu creio que Deus o vai restaurar e restituir a sua saúde. Não vou dizer que não tenho medo de perder o nosso filho. Claro que tenho, mas sempre que tenho este tipo de sentimentos peço perdão a Deus pelas minhas dúvidas e pelo meu medo.

 

O medo não é algo que venha de Deus. O medo é algo que nos pode amordaçar e deixar manietados. Tal como na parábola dos talentos em Mateus 25, podemos perceber que um dos servos, dominado pelo medo, escondeu o pouco que tinha ao seu encargo. O medo acabou por o fazer pecar.

 

Se eu creio que Deus vai curar o Matthew, porque razão haveria eu de ter medo afinal? Eu rejeito o medo pois eu quero ser um homem de fé. Eu quero ser um servo fiel que não se deixa vacilar pelas dificuldades que nos têm aparecido. De qualquer modo Deus tem-nos fortalecido a cada dia e sempre que as duvidas aparecem, temos sentido a tranquilidade que Deus nos tem trazido por intermédio da sua palavra. A Bíblia tem sido a nossa bússola. Eu não tenho as respostas para tudo, apenas partilho o que temos vivido no nosso dia a dia. De qualquer modo espero que os meus desabafos possam ajudar-te a encontrar o propósito que Deus tem para a tua vida.

 

Uma vez mais podes partilhar as tuas questões ou dúvidas aqui ou no facebook. Estamos aqui para te encorajar, ajudar e servir. Por isso dispõe sempre que quiseres. Que Deus te Abençoe Ricamente.

BRINCADEIRAS SAUDÁVEIS

 O mundo como nós o conhecíamos deixou de existir ao longo destes últimos 30 anos. O tempo em que saiamos de bicicleta durante todo o dia, ou passávamos horas na rua com amigos, sem que os nossos pais soubessem concretamente onde estávamos, já passou. Hoje em dia é raro ver uma criança de 8/9 anos a brincar na rua com amigos. O mais frequente é vermos essas mesmas crianças a brincar com um ecrã. Muitos passam horas em frente ao ecrã sem que nós como pais nos preocupemos com os danos que podem surgir dessa interação constante.

Já tenho dito várias vezes que o cancro tem origem num conjunto de desequilíbrios no nosso organismo. Um dos fatores predominantes para esse desequilíbrio são as novas tecnologias e a quantidade de radiação que nos rodeia. Hoje em dia estamos rodeados de radiação e emissões de bluethooth, wi-fi, telecomunicações e as emissões dos nossos aparelhos electrónicos.

Tudo isto pode dar origem a desequilíbrios moleculares no nosso organismo, e por isso mesmo uma das linhas de raciocínio que eu seguia ao fazer os tratamentos naturais com o Matthew, era eliminar ao máximo os desequilíbrios electromagnéticos no seu corpo. Uma das formas de fazer isso era mesmo evitar que ele tivesse contacto com tables, telemóveis, ou coisas do género. Por isso foi necessário promover outras atividades.

Uma das coisas que eu fazia com o Matthew era todos os dias leva-lo a um parque para ele andar descalço na relva e brincar. Nós montávamos puzzles e fazíamos jogos de memória todos os dias, enquanto apanhávamos sol. No mínimo ficávamos durante 30m no parque, de qualquer modo na maioria das vezes ficávamos 1h.

Ao promover estes hábitos de brincar com jogos de tabuleiro, puzzles e legos, fui despertando interesse no Matthew assim como no Gabriel e ambos ficaram fãs deste tipo de atividade. Ainda hoje o Gabriel pode estar a jogar Wii ou a ver qualquer coisa na televisão, mas se eu o convidar a jogar Monopólio ou outra coisa qualquer, ele alinha de imediato.

Ao fazerem estas coisas eles estão longe da radiação e outros perigos. Eu não estou a partilhar isto para mostrar que sou um bom pai, ou seja o que for. O meu objetivo com esta partilha é mostrar que podemos fazer coisas de maneira diferente e podemos melhorar a nossa qualidade de vida e a qualidade de vida dos nossos filhos. Eu sei que é fácil ignorar estas questões. É comodo poder entregar um tablet a uma criança e deixar de se preocupar com ela.

“O caminho mais fácil, nunca é o melhor.” Se um dia mais tarde alguém se lembrar de alguma coisa do que eu digo, que seja esta frase pois ela define a nossa forma de viver. É mais fácil dar comida processada, é mais fácil dar o telemóvel, é mais fácil ignorar Deus, é mais fácil preocupar-me com os meus projetos, mas tal como acabei de dizer: O caminho mais fácil, NUNCA é o melhor. Isto não é um concelho e sim algo que tenho aprendido ao longo da minha vida.

Na Bíblia podemos ler a parábola do filho pródigo em Lucas 15:11-32, que nos mostra claramente que o caminho fácil não foi o melhor para aquele jovem. Ele gozou a vida ao máximo até ficar sem dinheiro, mas quando o dinheiro acabou, sujeitou-se ao que foi aparecendo. Passou fome e sofreu nas mãos de outros. De qualquer modo aquele jovem voltou para casa do seu pai e ainda veio a tempo. Aqui o pai é Deus e apesar de ter dado liberdade ao seu filho, para fazer tudo o que queria e levar a sua vida da forma que melhor entendeu, Deus permaneceu de braços abertos para o receber, assim que o jovem reconheceu o seu erro e decidiu voltar.

O mesmo pode acontecer contigo, pois aconteceu comigo. Já disse muitas vezes que o objetivo deste blog é trazer concelhos e dicas para vivermos uma vida mais saudável, mas para isso precisamos também de ter saúde espiritual. Eu creio que a única pessoa que te pode dar saúde espiritual é Jesus, por isso, precisas de o buscar e encontrar no teu coração de forma a poderes receber a saúde que tanta falta te faz.

Eu sei o quanto a minha saúde espiritual me faz falta no meu dia a dia, por isso tantas vezes falo nela. De qualquer modo espero que possas tirar proveito do vídeo.

Que Deus te abençoe Ricamente.

 

                                           

OS ENSINAMENTOS DO SOFRIMENTO

Antes de eu ter nascido, o meu pai foi criança e antes do meu pai, o pai dele também foi criança, mas eu não vou falar aqui do meu avô que o meu pai não conheceu e de quem eu apenas vi uma imagem desbotada, esquecida, de uma foto que resistiu ao passar do tempo. Vou falar de um passado não muito distante, o passado do meu pai.

O meu pai tinha muito potencial para a escola. Era uma criança inteligente e acarinhada pelos seus professores. Professores que eram duros, que lhe davam reguadas por não saber a tabuada, ou não saber os rios de Portugal de trás pra frente e da frente para trás. Vão todos dizer que eram tempos diferentes. Isso era antigamente. Sim claro que eram tempos diferentes, bem diferentes pois eu nunca fui obrigado a deixar de estudar para ajudar a minha família a subsistir.

A família do meu pai tinha posses, tinham funcionários ao seu encargo, mas quando o meu avô faleceu, o estado ficou com tudo e a minha avó que nada tinha em seu nome, perdeu o que o meu avô tinha conquistado. Então, todos foram recrutados para o trabalho. Todos precisavam de comer, todos precisavam de se vestir e viver. Melhor ou pior o importante era resistir ás dificuldades, resistir ás tribulações da vida. A vida sempre tem tribulações, venham elas em forma de necessidades físicas, doenças repentinas, ou problemas nos relacionamentos.

O meu pai tornou-se um guerreiro não por opção, mas por necessidade. O meu pai cresceu rápido devido ás adversidades e sempre me mostrou o caminho da superação para todas as dificuldades. Sinto-me profundamente agradecido por tudo o que ele me ensinou sem falar, mas também por tudo o que me ensinou com os seus diálogos. Muitos nos consideram guerreiros por tudo o que temos vivido com o nosso filho Matthew. Não realidade não gosto muito dessa imagem pois nem eu, nem a minha esposa nos vemos como guerreiros. Apenas somos o fruto de todas as situações que temos vivido. Eu sei que é fácil culpar Deus por todas as coisas negativas que nos acontecem.

Analisando o percurso do meu pai, o que o ajudou a ser o homem que é hoje? Eu teria que dizer a adversidade. A adversidade é o instrumento que pega num homem pequeno e o torna em alguém grande. Se não acreditas, podemos pegar em exemplos práticos como o Michael Jordan que com 19 anos teve um treinador que lhe disse que ele nunca seria um jogador profissional, visto que era um desajeitado. Ele foi para casa chorar durante uma semana e ao fim dessa semana, decidiu que só iria parar quando se torna-se o melhor do mundo. O mesmo aconteceu com o Charlie Parker “Bird”. Numa jam session com o grande Jo Jones, levou com um prato na cabeça pois a sua performance estava a ser muito fraca. Ele chorou também e prometeu a si mesmo que nunca mais iria ser gozado na vida. Um ano depois tornou-se uma estrela lendária de quem ainda se fala hoje no mundo da musica.

O próprio Cristiano Ronaldo quando foi treinado pelo Fernando Santos no Sporting sofreu pois este lhe disse que o seu jogo de cabeça era uma desgraça. Hoje o Ronaldo marca golos de cabeça como ninguém, com saltos estratosféricos que desafiam os jogadores da NBA. Onde quero eu chegar com tudo isto? Penso que está fácil de perceber. Todos eles sofreram adversidades durante a sua vida e poderiam muito bem revoltar-se com as circunstancias ou com Deus, mas não o fizeram.

Eu sei que quem está a sofrer não quer ouvir saber das suas responsabilidades, da forma como anda afastado de Deus. Nem eu estou aqui a dizer que estão a passar por dificuldades por estarem afastados de Deus. Não é isso. O que estou a dizer é que em cada dificuldade e em cada momento difícil da nossa vida existe uma oportunidade que nos está a ser dada. Eu continuo a ser um comum mortal, mas se não fossem as dificuldades todas que o meu filho tem vivido, nunca teria conhecido metade das pessoas que conheço, nem teria o conhecimento que tenho atualmente sobre o funcionamento do meu organismo. Não saberia o que são Células Ciliada, NKT, Apotose, Neutrófilos, Leucócitos, Linfócitos ou curcuma. Bem se calhar curcuma já teria descoberto, visto que hoje em dia toda a gente fala em curcuma. Eu sei que é fácil culpar Deus por tudo. Não é fácil encarar o problema e perceber, o meu comportamento, a minha vida, as minhas decisões trouxeram-me até aqui. Será que posso fazer alguma coisa diferente daqui para a frente.

Foi assim que eu encontrei Deus. No momento que eu percebi que era muito critico dos outros pois eu não tinha vícios e tinha as ideias no lugar e via tanta gente desmiolada a fazer tantas asneiras. Eu pensava erradamente que era melhor que todos eles. Só quando percebi que tinha tantas falhas como toda a gente é que decidi deixar Deus entrar na minha vida e lhe dar um novo rumo. Sem Deus a minha vida não seria igual. Sem Deus eu não teria paz neste momento. Sem Deus eu já não estaria casado. Sem Deus, possivelmente o Matthew já não estaria aqui. Sem Deus não teria crescido como ser humano, como tenho crescido.

É poético pensar que é importante ajudar os outros. É elegante ajudar quem precisa, e ser um filantropo. Não é isso que tenho aprendido ao longo destes anos com Deus. É duro ver aqueles que estão a sofrer ao teu lado. A resposta mais inteligente é ignorar e seguir em frente, pensar que eu também tenho o meu sofrimento. Não é isso que tenho aprendido com Deus. Alias eu nem tenho aprendido, pois isto não é algo que me tenha acontecido pela minha capacidade física. Isto é algo que Deus tem colocado no meu coração. A tristeza, o sofrimento, a angustia ao ver outras crianças que tal como o Matthew batalham com cancro e pais que não conhecem a Deus.

Isso é tenebroso pois eu sei que a força que tenho sentido, a calma que tenho tido, o desejo de viver que tenho em cada dia, vem de Deus e do seu propósito para a minha vida e a vida da minha família. Por isso choro com o sofrimento de outros, por isso não consigo ficar de braços cruzados a ver mais desfechos trágicos á nossa volta. Eu posso não saber qual é o plano que Deus tem para as vidas de quem está a sofrer, mas eu QUERO fazer parte do plano de Deus. Jesus Cristo veio para restaurar, abençoar, trazer vida e levar consigo toda a angustia, toda a dor e sofrimento. Eu quero fazer parte desse plano, eu quero ser um instrumento para esse processo, não porque eu mereço fazer parte do plano de Deus mas sim porque TU merces, porque os que estão à minha volta merecem e foi para isso que Deus me deu vida, não só a mim, mas a todos nós. Estamos aqui para nos apoiarmos mutuamente e não para vivermos nas nossas ilhas em frente à televisão.

Por isso agradeço a Deus por todas as dificuldades e angustias que já vivi, pois se não fossem essas dificuldades e angustias eu nem sequer me preocupava com quem está a viver o vale da sobra da morte. Seguia a minha vida de forma tranquila e sem ondas. Sem estes problemas o meu casamento não estaria tão fortalecido como atualmente. No meio de uma situação tão complicada temos vivido os melhores momentos da nossa vida de casal o que parece um absurdo.  Por isso e tal como o meu pai, o Michael Jordan ou o Ronaldo, eu quero aproveitar o que aprendi com as dificuldades de forma a honrar a Deus e de forma a poder abençoar a vida de outras pessoas.

Que Deus te abençoe ricamente.